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Cotidiano Quinta-feira, 07 de Junho de 2018, 08:15 - A | A

Quinta-feira, 07 de Junho de 2018, 08h:15 - A | A

MAIO AMARELO

Maio teve redução de quase 30% no número de acidentes na Capital

O mês é dedicado a ações preventivas

Laura Holsback
Capital News

O mês conhecido como Maio Amarelo em razão de ações de prevenção a acidentes de trânsito encerrou com saldo positivo em relação ao ano passado, em Campo Grande. Houve a redução de quase 30% no número de acidentes, segundo a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetan).

De acordo com a chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetan, Ivanise Rotta, comparado ao mesmo mês de 2015, quando ações começaram a ser feitas, o número de acidentes com vítimas caiu de 550 para 393 neste ano. Em relação a maio de 2017, a redução foi de 28,55% no número de acidentes, 30,10% no número de feridos, e 14,29% no índice de mortes.

 

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Ações de prevenção a acidentes são feitas desde 2015

Segundo Ivanise, que também integra o Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (GGiT), as ações desenvolvidas pelo Governo do Estado e Municípios trouxeram as estatísticas para dentro da meta da Década Mundial da Segurança Viária 2011- 2020, mas alerta que “há muito de se fazer ainda”. O GGIT é composto por vários setores como o Detran-MS, Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Corpo de Bombeiros, SAMU, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual, BpTran, Polícia Civil, e outras entidades.

 

Dentro da meta de reduzir os acidentes no trânsito, o Detran-MS realizou em maio várias ações, entre elas envolvendo alunos das escolas públicas e privadas, com o objetivo de despertar a consciência sobre o envolvimento de todos para evitar os acidentes nas ruas e avenidas. 

 

Conforme a diretora de Educação para o Trânsito do Detran-MS, Marlene Alves Nogueira Rondom, educação e conscientização no trânsito é de suma importância o ano inteiro.“O diferencial de uma campanha feita por crianças é que elas são as nossas multiplicadoras e elas ficam cobrando uma postura correta dos pais, e geralmente os adultos atendem e respeitam o apelo deles”, ressalta.

 

No primeiro ano do Maio Amarelo foram registrados 550 acidentes, com 701 feridos e sete mortes. Em 2016, os acidentes caíram para 464. Com 601 vítimas e três mortes. Em 2017, o número de acidentes subiu para 465, resultando em 586 feridos e oito mortos. No Maio Amarelo, deste ano, ocorreram 393 acidentes com 496 vítimas, das quais seis morreram.

 

De acordo com os dados da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran, as principais causas dos acidentes graves são excesso de velocidade e ingestão de bebida alcoólica. Durante a campanha Maio Amarelo deste ano, foram abordadas de forma direta em ações educativas dos agentes de transito 4.198 pessoas.

 

Fatores de risco 

Segundo a Agetran, levantamentos de 2016 e 2017  apontam até 15 fatores e condutas de risco que contribuíram para a ocorrência dos acidentes fatais registrados em Campo Grande. No topo da pirâmide, estão velocidade, causa de 26,8% das ocorrências, e dirigir sem habilitação, conduta que implicou em 19,5% dos acidentes, além da condução na contramão, falta de percepção do tráfego e álcool. A direção após ingestão de bebida alcoólica respondeu por 12,4% dos acidentes fatais em 2016.

 

Outros fatores são: infraestrutura  viária precária (7,3%); visibilidade (2,2%); uso de celular (1,1%) e fadiga (0,9%); seguidos das condutas impróprias, como avanço de sinal (12,2%); desrespeito à sinalização de parada obrigatória (10%); transitar em local impróprio (3,3%); não manter distância mínima entre veículos (2%); transitar em local proibido (1,1%); conversão irregular (1,1%).

Na ocorrência dos acidentes com mortes, as autoridades de trânsito constatam que a falta de capacete, cinto de segurança e choque lateral contribuem para a gravidade de ferimentos e óbito das vítimas.

 

Punição

Para Ivanise Rotta a redução de acidentes fatais não depende apenas de ações educativas e fiscalização, é preciso acabar com a impunidade com a aplicação de leis severas para quem comete crime de trânsito. “A sensação de impunidade deixam as pessoas relaxadas no quesito de cumprimento da lei. Precisamos que a sociedade se sinta pertencente e corresponsável pela preservação da vida no trânsito”, afirma.

 

Sobre as estatísticas e resultados da campanha Maio Amarelo, ela destaca que em 2011, quando foi lançado o programa Vida no Trânsito, houve 132 mortes. Em 2017 o número de vítimas dos acidentes fatais caiu para 70.

 

Onde houve mais acidentes

A Agetran enumera 20 ruas e avenidas da Capital onde os acidentes graves foram mais frequentes em 2017. As principais são avenidas Guaicurus (20 acidentes), Duque de Caxias (22), Das Bandeiras (18), Afonso Pena (15), Ceará (15), Gury Marques (11), rua Ana Luiza de Souza (9), avenida dos Cafezais (9), Mato Grosso (9), Doutor Nasri Siufi (9), Costa e Silva (8), Mascarenhas de Moraes (8) e Consul Assaf Trad (7).

 

Os acidentes graves registrados no ano passado ocorreram em 29 bairros das seis regiões de Campo Grande. Os bairros e áreas que tiveram maior número de acidentes são: Centro (536), Universitário (165), Aero Rancho (141), Monte Castelo (111), Nova Lima (100), Tiradentes (87), Vila Carvalho (77), Nhanhá (75), São Jorge da Lagoa (73) e Guanandi (72).

 

Audiência pública

O Detran e o Conselho Estadual de Trânsito (Cetran) realizarão no dia 5 de julho, no auditório da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), audiência pública para debater e definir a aplicação do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), que foi criado em janeiro deste ano e começa a vigorar no segundo semestre.

 

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