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Cotidiano Domingo, 17 de Setembro de 2017, 11:05 - A | A

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Justiça

Justiça julga o 1º caso de feminicídio da história na Capital

O pedreiro Alex Armindo Anacleto de Souza, de 32 anos, confessou à Polícia Civil que matou a ex-companheira Isis

Fernanda Freitas
Capital News

Deurico/Arquivo Capital News

Foto ilustrativa de justiça, dama da justiça, estatua, fórum, TJMS

A acusação será feita pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Promotor de Justiça George Zarour Cezar

Será julgado na segunda-feira (18), o pedreiro Alex Armindo Anacleto de Souza, 34, acusado de assassinar a ex-mulher Ísis Caroline da Silva Santos, 21 anos em junho de 2015. Este foi o primeiro caso de feminicídio registrado em Campo Grande, após a lei lei 13.104/15, que inclui o feminicídio no rol de crimes hediondos, ser sancionada.

O acusado foi denunciado por homicídio qualificado, com a incidência de quatro qualificadoras: motivo torpe, asfixia, dissimulação e feminicídio, além do crime de ocultação de cadáver previsto no art. 211 do Código Penal.

A lei 13.104/15 que considera homicídio qualificado o assassinato de mulheres em razão do gênero (feminicídio) foi sancionada no dia 9 de março de 2015, e o assassinato de Ísis Caroline da Silva Santos ocorreu em junho do mesmo ano. De acordo com a proposta, considera-se que o assassinato ocorreu em razão do gênero da vítima quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher.

A acusação será feita pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Promotor de Justiça George Zarour Cezar.

De acordo com as provas colhidas durante as investigações e a instrução processual, o acusado, que mantinha um relacionamento clandestino e conturbado com a vítima, uma vez que já havia inclusive respondido pelo crime de estupro contra a mesma, convidou-a para mais uma aventura e tomou a BR-262 sob a alegação de que passariam o final de semana na cidade de Água Clara (MS).

TL Notícias

Assassino de Isis Caroline foi preso no bairro Vila Alegre em Três Lagoas

Alex Armindo Anacleto de Souza, 34, foi preso em Três Lagoas, cinco dias após cometer o crime

 

No caminho, Alex Armindo Anacleto de Souza e Ísis Caroline da Silva Santos iniciaram uma discussão motivada pelo inconformismo dele diante do novo relacionamento mantido pela vítima. Diante disso, mudou o destino da viagem e acessou uma estrada vicinal no Município de Ribas do Rio Pardo, local onde asfixiou a vítima por enforcamento até provocar-lhe o óbito.

Com o delito consumado, o acusado arrastou o cadáver para o córrego e o soltou para que fosse levado pela correnteza e o crime praticado não fosse desvendado.

A sentença de pronúncia julgou admissível a acusação para o fim de submeter a julgamento o acusado nos termos que fora denunciado.

O recurso em sentido estrito interposto pela defesa foi improvido, razão pela qual o acusado será levado a júri popular nos termos da pronúncia.


Desaparecimento
Isis Caroline desapareceu no dia 1° de junho de 2015, numa segunda-feira, após sair para fazer compras. Ela deixou as duas filhas sozinhas em casa e o Conselho Tutelar foi acionado. Um boletim de ocorrência de desaparecimento foi registrado e a Polícia Civil começou a investigar o caso.

Na manhã do dia 6, no sábado seguinte, o corpo da jovem foi localizado na zona rural de Ribas do Rio Pardo, a cerca de 170 quilômetros de Campo Grande. O suspeito foi preso na tarde do sábado, em Três Lagoas, e transferido para Campo Grande.

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