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Cotidiano Domingo, 02 de Agosto de 2015, 09:33 - A | A

Domingo, 02 de Agosto de 2015, 09h:33 - A | A

projeto na máxima

Detentos da Máxima usam sobras de madeira para criar brinquedos

Seis reeducandos trabalham na produção e recebem remição de um dia na pena para cada três trabalhados

Melissa Schmidt
Capital News

Assessoria

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Nas mãos de detentos da Máxima, restos de madeira viram brinquedos pedagógicos para escolas públicas

O projeto realizado no Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho”, o Segurança Máxima de Campo grande, dá oportunidade aos internos de ocupam parte do seu tempo para a confecção de brinquedos. Todo o material, sobras de madeiras, que iria para o lixo acaba sendo usado para criar jogos, carrinhos e outros objetos de brincadeira.

 

Desenvolvido pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio da direção do presídio e equipe de servidores, o projeto “Educação Lúdica com Brinquedos Pedagógicos” foi idealizado pelo agente penitenciário Vinícius Saraiva de Oliveira e acontece há cerca de três meses na Máxima.

 

Seis reeducandos trabalham na produção e recebem remição de um dia na pena para cada três trabalhados, direito conseguido também graças à confecção de artesanatos em geral.

 

De acordo com o servidor penitenciário que coordena o projeto, Edson Sobrinho, cerca de 70 peças já foram entregues. Sobrinho destaca que a produção ainda é limitada por falta de recursos materiais. “Temos a madeira, mas precisamos também de cola e tinta, principalmente, e todos os custos são por conta aqui do presídio, precisamos de parceria para ampliarmos as ações”, pontua.

 

Ele explica que, para receber os brinquedos, é preciso que a escola apresente um projeto justificando a necessidade e a quantidade que carece. “Nosso foco são as escolas da periferia, àquelas que mais precisam realmente”, informa o coordenador.

 

A Escola Municipal Prof.ª Leire Pimentel de Carvalho Correa, no Jardim Colibri, foi recentemente beneficiada com o projeto. Conforme a diretora, Rossicler Souza Neves Magalhães, os brinquedos estão sendo destinados a atender, aproximadamente, 260 crianças da pré-escola e dos primeiros anos, na faixa etária de 3 a 6 anos.

 

De acordo com o diretor do estabelecimento penal, João Bosco Correia, o trabalho dentro do presídio também influencia diretamente na melhoria da disciplina dos internos. “Se ocupam positivamente, aprendem uma nova profissão e isso faz com que diminuam as tensões comuns ao ambiente prisional”, comenta, informando que na unidade os reclusos realizam diversos outros tipos de trabalho, como panificação, cozinha industrial, costura, marcenaria, serralheria e reciclagem.

Assessoria

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 Carrinho de madeira feito pelos detentos e entregue numa das escolas.

Mais Ações

O diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, destaca que, a exemplo da ação realizada na Máxima da Capital, são muitas as iniciativas desenvolvidas em presídios de Mato Grosso do Sul que impactam diretamente no bem-estar da população.

 

Conforme o dirigente, em unidades prisionais de vários municípios são cultivadas de hortaliças que são destinadas à população carente e a instituições. “Também temos no presídio de Cassilândia a produção de pães para creches e escolas; em Corumbá, os internos realizam a montagem de cadeiras de rodas para serem distribuídas gratuitamente a que precisa; sem falar na utilização de mão de obra de internos em reformas de prédios públicos e de entidades sociais”, diz.

 

Um importante exemplo nesse sentido, ressalta Stropa, é o projeto “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, no qual os detentos do regime semiaberto da Capital trabalham na reforma de escolas estaduais.  O recurso utilizado para a compra dos materiais também vem dos reeducandos, provenientes do desconto de 10% do salário pago aos internos de Campo Grande que trabalham remunerados por meio de convênios. O dinheiro é depositado em uma conta do poder Judiciário, que destina a verba para esse tipo de obra, além de melhorias estruturais nos próprios presídios e na realização de cursos profissionalizantes.

 

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