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Cotidiano Quarta-feira, 13 de Dezembro de 2017, 12:30 - A | A

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PROTESTO

Alunos protestam em avenida contra demissão de professores

Doutores foram demitidos devido ao custo que representam para a instituição

Esthéfanie Vila Maior
Capital News

Deurico Ramos / Capital News

Alunos fecham avenida em protesto contra demissão de professores

Universitários de diversos cursos participaram do protesto na Avenida Eduardo Elias Zahran

Alunos de diversos cursos da Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande realizaram protesto contra a demissão em massa de professores, mesmo durante o período de aulas. Os estudantes ameaçam abandonar a instituição e terminar a graduação em outras universidades.

 

CapitalTV

Um grupo de universitários interrompeu o trânsito na Avenida Eduardo Elias Zahran por volta das 20h da noite desta terça-feira (12). Nos cartazes, estavam escritas frases como “Luto Estácio”, “Queremos os professores de volta” e “Buzine pela Educação”. Os estudantes gritavam “Educação não é mercadoria”.

 

A estudante de enfermagem, Fernanda Souto de Oliveira, revela que a demissão foi de docentes que trabalhavam há muito tempo na Estácio de Sá e de doutores, devido ao custo que representam para a instituição. “Eles não tiveram respeito algum pelos estudantes. Não escolhemos uma faculdade a toa, pesquisamos antes sobre os professores e currículos deles. A estácio simplesmente fez isso, como se não nos afetasse, como se não fossemos nada. Nós quem mantemos a instituição com as portas abertas”, explica.

 

O estudante do último ano de fármacia, Diego Silva Benevides, conta que a faculdade demitiu orientadores de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). “Eles demitiram professores que estavam orientando alunos com projeto de TCC. A gente paga pela Estácio de Sá e eles não foram responsáveis conosco. Não sabemos como vai ser ano que vem, se os novos professores terão a mesma qualificação” ressalta.

Deurico/Capital News

 Alunos protestam em avenida contra demissão de professores

Fernanda Souto de Oliveira e Diego Silva Benevides

Um professor da unidade de Campo Grande afirma que “a demissão em massa na Estácio é resultado direto da política de retrocesso nos direitos trabalhistas promovida pelo Governo Temer. Lamentável. E o mais triste é que muitos professores que perderam seus empregos defendiam veementemente a derrubada da ex-presidente Dilma. Agora cederão seus lugares para profissionais que se sujeitarão a trabalhar por menores salários e menos direitos”. A Reforma Trabalhista entrou em vigor no dia 11 de novembro.

 

Entenda o caso

A Estácio de Sá, segunda maior rede privada de ensino superior do País, vai demitir este mês 1,2 mil professores de seu quadro de 10 mil docentes. Oficialmente, a empresa confirma as demissões, mas não o número de profissionais desligados. E garante que um contingente muito parecido deve ser contratado no ano que vem. A universidade explicou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que os salários estavam inviabilizando a atividade da empresa, e que as demissões fazem parte de um remanejamento interno.

Deurico/Capital News

 Alunos protestam em avenida contra demissão de professores

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A juíza Ana Larissa Lopes Caraciki, do Tribunal Regional do Trabalho 1ª região, concedeu na última quinta-feira (07), uma liminar que obrigava a Estácio a suspender a demissão de professores no Rio de Janeiro, onde está a maior parte das unidades da instituição. A ação civil pública, impetrada pelo Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região, fica limitada ao Rio de Janeiro, e os municípios fluminenses de Itaguaí, Paracambi e Seropédica. 

 

A Faculdade Estácio de Sá recorreu a liminar. O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, José Geraldo Fonseca, deferiu a liminar que suspendia as demissões das unidades no Rio de Janeiro. Com a decisão judicial, a instituição poderá dar prosseguimento à sua reestruturação anunciada em nota oficial.

 

Nota oficial

"O Grupo Estácio promoveu, ao fim do segundo semestre letivo de 2017, uma reorganização em sua base de docentes. O processo envolveu o desligamento de profissionais da área de ensino do Grupo e o lançamento de um cadastro reserva de docentes para atender possíveis demandas nos próximos semestres, de acordo com as evoluções curriculares. É importante ressaltar que todos os profissionais que vierem a integrar o quadro da Estácio serão contratados pelo regime CLT, conforme é padrão no Grupo. A reorganização tem como objetivo manter a sustentabilidade da instituição e foi realizada dentro dos princípios do órgão regulatório. A Estácio segue comprometida com sua missão de Educar para Transformar, oferecendo educação de qualidade a seus alunos em todo o País."

 

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