Marcos Oliveira/Agência Senado
Sessão do Senado em que foi aprovada a prisão de Delcídio
Para analistas políticos da imprensa nacional, a nota do presidente do PT Rui Falcão negando solidariedade ao senador Delcídio do Amaral (MS) pesou na decisão dos senadores que votaram pela manutenção da prisão do petista. Afinal, se seus companheiros lavaram as mãos, ao contrário do que fizeram em relação a petistas históricos como os Josés Dirceu e Genoino, não seriam os colegas de outros partidos que teriam a obrigação de salvá-lo. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante a votação sobre manter ou revogar a prisão do senador, criticou a nota do PT nacional. "A nota do Partido dos Trabalhadores é intempestiva, oportunista e covarde", disse, sob aplausos, no plenário. Para o presidente do Senado, o partido se precipitou e pré-julgou Delcídio.
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Carmen Lúcia: 'o crime não vencerá a Justiça'
Antonio Cruz/Agência Brasil
Carmen Lúcia: 'Não passarão sobre as esperanças do povo brasileiro'
Um dos momentos marcantes da votação pela validação da decisão do ministro Teori Zavascki, que decretou a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do banqueiro do BTG, André Esteves, no Supremo, ontem, foi a declaração da ministra Cármen Lúcia. Em alusão às tentativas dos investigados de embaraçar as investigações da Lava Jato e tentar interferir nas decisões do STF, ela afirmou que "o crime não vencerá a Justiça". Relacionando as investigações da Lava Jato com o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, Carmen Lúcia disse ainda que a Corte não vai tolerar a corrupção:
– "Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo.
Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança.
Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo.
O crime não vencerá a Justiça.
Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção.
Não passarão sobre os juízes e as juízas do Brasil.
Não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro, porque a decepção não pode estancar a vontade de acertar no espaço público.
Não passarão sobre a Constituição do Brasil".
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PT de MS reforça solidariedade a Delcídio e se diz 'desamparado' pelo presidente nacional
Facebook/Reprodução
Maria Rosana e Biffi: solidários a Delcídio
Em nota conjunta que acaba de ser divulgada, os diretórios do PT de Campo Grande, por meio de sua presidente Maria Rosana Gama, e de Mato Grosso do Sul, por meio de seu presidente Antonio Carlos Biffi, se declararam "absolutamente desamparados políticamente, ao serem surpreendidos" pela nota do presidente nacional do PT, Rui Falcão (Leia "PT nega solidariedade a Delcídio"), "negando solidariedade ao companheiro senador Delcídio do Amaral". Na nota, os dirigentes regionais avaliam que existe "uma grave de crise de criminalização do PT e cumprimento de medidas judiciais seletivas" e mantém sua solidariedade a Delcídio.
Leia a íntegra da nota:
"Ao companheiro
Rui Falcão
Presidente Nacional do PT
Os diretórios Municipal de Campo Grande e Regional de Mato Grosso do Sul, em nome do conjunto do Partido dos Trabalhadores do Estado, vem declarar sentir-se absolutamente desamparados politicamente, ao serem surpreendidos por uma nota de vossa senhoria negando solidariedade ao companheiro senador Delcídio do Amaral.
O momento é grave. Estamos em meio a uma grave crise de criminalização do PT e cumprimento de medidas judiciais seletivas. Precisamos neste momento de lucidez política e respeito a trajetória percorrida até aqui.
Nós manifestamos nossa solidariedade ao companheiro Delcídio do Amaral.
Atenciosamente,
Campo Grande (MS), 25 de novembro de 2015.
Maria Rosana Gama
Presidente do Diretório Municipal de Campo Grande
Antônio Carlos Biffi
Presidente do Diretório Regional de Mato Grosso do Sul"
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