Sobre o convite à empreiteiros presos na Operação Lava Jato para que colaborem com a recém instalada comissão especial da Câmara para revisar a Lei de Licitações, visando maior transparência e segurança na contratação de obras públicas, proposta que foi ironizada na coluna Radar da Veja (leia a nota abaixo), o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) me telefonou há pouco e explicou que sua ideia já é utilizada por grandes empresas do setor de internet que, comparou, "contratam hackers, especialistas em invasões, para reforçar a segurança da rede de computadores".
Marun justificou:
– "Um bom consultor de segurança é o ladrão, já que ele sabe os buracos pelos quais entrar na sua casa. Além disso, todos esses empresários que foram chamados fizeram delação premiada, e, portanto, eles têm obrigação agora de contribuir. E, informando em primeira mão para o seu Blog: eu fiz um acordo com a presidência da CPI da Petrobras, da qual faço parte, que a comissão especial para revisão da Lei de Licitações só vai ouvir esses oito empreiteiros, depois que forem ouvidos pela CPI."
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Deputado convida empreiteiros presos a dar ideias para aumentar transparência em obras
Do Thiago Prado (interino) no blog Radar da Veja:
"A Câmara acaba de criar uma comissão especial para propor a revisão da Lei de Licitações, em tese com o nobre objetivo de dar mais transparência às obras públicas emtodo o país. Até aí beleza, não fosse uma ideia de Carlos Marun, presidente da comissão e um dos mais dedicados soldados da tropa de Eduardo Cunha. O deputado apresentou requerimento para convidar - acredite, se quiser - os empreiteiros presos em Curitiba a colaborar com propostas na comissão.
Estão convidados os notáveis Ricardo Pessoa, presidente da UTC; Sérgio Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior; Júlio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça, executivos da Toyo Setal; Eduardo Hermelino Leite, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, todos da Camargo Corrêa; e Gerson Almada, ex-vice-presidente da Engevix.
O próprio Marun explicou, no requerimento, como os oito empreiteiros poderiam ajudar na revisão da Lei de Licitações. Escreveu Marun:
– Face aos incontáveis contratos que possuem com o governo federal, (essas pessoas) poderão ser utilizadas de maneira a contribuir para que possíveis falhas jurídicas identificadas nos processos licitatórios possam ser compelidos."
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