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Casa e Decoração Domingo, 30 de Junho de 2019, 11:56 - A | A

Domingo, 30 de Junho de 2019, 11h:56 - A | A

Coluna Casa e Decoração

Cidades brasileiras possuem cada vez mais serviços de reparos domésticos feitos por mulheres

Por Letícia Emori

Da coluna Casa e Decoração
Artigo de responsabilidade do autor

Divulgação

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Não é de hoje que as mulheres passaram a reivindicar lugares e posições que antes eram ocupadas quase obrigatoriamente por homens: uma delas era a de "marido de aluguel", pessoas contratadas para pequenos consertos domésticos, como trocar um chuveiro queimado, desentupir um cano de cozinha ou pintar uma parede mofada. No entanto, mulheres -- principalmente que moram sozinhas -- sempre conviveram com o medo de abusos sexuais, sem contar os inúmeros casos de assédio.

Há algum tempo, empreendedoras individuais ou empresas startups passaram a ocupar esse nicho específico do mercado: elas oferecem hoje serviços com profissionais mulheres somente para elas, como o aplicativo de caronas Lady Driver, em oposição ao Uber e ao 99Táxi, e os serviços Manas de Aluguel ou M´Ana – Mulher Conserta para Mulher.

A primeira foi criada pela paulistana Priscila Vaiciunas há quatro anos para oferecer pintura, carpintaria, serviços elétricos, fixação de pisos e azulejos em residências e apartamentos. Segundo ela, o principal "produto" que sua empresa oferece é a garantia da integridade física, moral, social e psicológica das mulheres que precisam de reparos, mas temem chamar homens para fazê-los.

Vaiciunas, que é técnica em edificações teve a ideia quando tinha acabado de se formar, mas ainda estava desempregada. Como sempre quis ter um negócio próprio, reuniu algumas ferramentas elétricas, mulheres que eram certificadas e criou o Manas com o intuito de unir sua ligação com o movimento feminista em expansão tanto ao nível do discurso como do cenário do consumo.

De acordo com ela, a empresa tem o objetivo de inclusão, e por isso as portas estão sempre abertas para transexuais -- que comumente enfrentam maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho.

Ela contou ao CanalTech que o próximo passo da empresa é oferecer serviços sustentáveis, disponibilizando projetos arquitetônicos e de energia solar e adaptando toda mão de obra para a instalação de ambientes que prezam pela sustentabilidade.

A outra é obra da cineasta e editora de vídeos Ana Luisa Monteiro Correard, também uma empresa de manutenção residencial feita por mulheres e voltada exclusivamente para o atendimento de outras pessoas do sexo feminino. A ideia, apesar de ter se materializado em 2015, surgiu quando, durante uma troca de gás em sua casa, o funcionário da empresa responsável a assediou.

“Conversei com amigas sobre o episódio e todas me disseram que também se sentiam desconfortáveis com homens estranhos em casa. Daí comecei a me questionar se fazia sentido trabalhar com algo que gosto e ainda ajudar outras mulheres”, contou ela ao UOL.

Na Manas de Aluguel, os reparos são executados ou por mulheres ou LGBTs para mulheres ou apenas LGBTs. No entanto, ao preencher a ficha de cadastro é possível, ainda, fazer a escolha de profissionais apenas do sexo feminino.

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