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Bem-Estar Domingo, 25 de Março de 2018, 08:27 - A | A

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Coluna Bem-Estar

China já é um dos maiores consumidores de Whey Protein do mundo

Por Pérola Cattini

Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

País asiático só consome menos suplementos que os Estados Unidos

Istock Photos

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A demanda por Whey Protein, especialmente produtos de alto valor agregado relacionado com o Whey, está aumentando na China graças ao rápido desenvolvimento da economia chinesa e aos maiores requerimentos por alimentos nutritivos e especialmente para fórmulas indicadas para bebês.

Mas, até agora, as importações ainda ocupam a maior proporção no total da demanda doméstica por produtos relacionados ao Whey, com os Estados Unidos, a Oceania e a União Europeia como seus principais fornecedores. As importações de Whey e produtos relacionados somavam 288 mil toneladas em 2009, sendo só o Whey responsável por 12,4 mil toneladas. Cinco anos antes, o país asiático consumia "apenas" 137 mil toneladas produtos, sendo 205 delas do suplemento.

Segundo dados da Foreign Agricultural Service, em 2012 o Whey Protein já era o principal produto importado dos Estados Unidos pelos chineses entre os laticínios, com um volume de US$ 118 milhões de trocas comerciais. Em 2012, a China consumiu 43 mil toneladas só de Whey - aumento de 258%. Para o Euromonitor, a aplicação do suplemento em vários ramos da indústria chinesa representa um enorme potencial.

Nos últimos anos, o mercado chinês está se consolidando como o maior consumidor desse produto no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Esse crescimento está ligado às maiores preocupações dos chineses com a aparência individual e, em particular, à expansão dos estilos de vida saudáveis e esportivos característicos do Ocidente.

Nesta parte do mundo, o Whey é muito consumido por consumidores que se preocupam com a saúde, por atletas com necessidade de proteínas consistentes no corpo e para nutrição infantil. Essa proteína - derivada do leite e que geralmente contém caseína - também pode ser usada como alimentação substituível para as pessoas que sofrem com intolerância à lactose.

Segundo os observadores internacionais do mercado de suplementos, três tipos de consumidores são identificáveis nesse segmento: os primeiros são aqueles "conscientes" sobre a saúde do corpo que possuem menos de 60 anos. Os consumidores chineses nessa idade estão se tornando mais conscientes e sensíveis para a saúde por causa da maior interação deles com o Ocidente, via internet ou por viagens ao redor do mundo.

Maiores oportunidades para as marcas do setor estão sendo desenvolvidas com esse objetivo graças aos produtos que combinam apelos por uma vida mais saudável e natural.

Em segundo lugar, estão os recém-nascidos e as crianças, que, apesar de ainda crescerem na China consumindo alimentos caseiros, estão recebendo cada vez mais uma suplementação baseada em produtos como Whey Protein.

Em terceiro lugar, estão os "fitness", pessoas que frequentam academias ou que praticam esportes amadores nas horas vagas. Isso se deve ao crescimento significativo de uma classe média chinesa que, paralelamente, está se tornando mais preocupada com a aparência individual e com uma alimentação rica em proteínas.

Isso aparece também nos dados Foreign Agricultural Service: em grandes cidades do país, como Shanghai, o consumo tem se intensificado (cresceu 11% entre 2010 e 2012). O sul chinês apresentou os crescimentos mais significativos, como Gongbei, perto de Macau, que neste mesmo período aumentou seu consumo de Whey em 600%.

Segundo o portal estadunidense Marketing to China, especializado no mercado chinês, a emergência dessa classe média chinesa, o fim da política de um único filho e o aumento da força de trabalho feminina são fatores sociodemográficos que ajudam na maior procura por produtos de proteína e por alimentos industrializados para crianças.

As marcas domésticas desses tipos de produtos sofrem com uma imagem ruim pelos numerosos escândalos públicos. "Os consumidores preferem comprar alguns suplementos mais caros, mas com garantias de qualidade e que cumprem os padrões de qualidade, que são muito importantes por causa dos requerimentos de importação", diz Min Hu Chou, consultor de consumo que atua nos EUA, mas voltado ao seu país natal, ao MTC.

"O mercado de proteínas na China está se tornando maduro. Para aumentá-lo, as marcas estão constantemente inovando lançando novos gostos. Muitas delas estão desenvolvendo suas estratégias para iniciar o desenvolvimento de produtos em relação aos gostos do público, mas também oferecendo a ele bebidas baseadas em proteína em bares", completa.

Em países em desenvolvimento com um grande mercado doméstico, como é o caso da China, os consumidores podem encontrar muitas dificuldades e barreiras em pesquisar e encontrar produtos e marcas estrangeiros com preços razoáveis. Para compensar os altos custos oriundos dos impostos de importação, os consumidores costumam usar sites do exterior ou mercados locais especializados em e-commerce internacional.

Em 2016, o total arrecadado de compras feitas via internet na China foi estimado em mais de US$ 85 bilhões. Nos últimos anos, o país afrouxou seus requerimentos para a entrada de produtos estrangeiros, o que ajudou no vigor e na demanda de marcas internacionais do público chinês.

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