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Rural Segunda-feira, 20 de Abril de 2015, 07:21 - A | A

Segunda-feira, 20 de Abril de 2015, 07h:21 - A | A

Diferença

Criadores analisam custo menor da pecuária no Pantanal em relação a outras regiões

Taciane Peres
Capital News

O custo para se manter um rebanho no Pantanal sul-mato-grossense pode ser de 20% a menos se comparado aos investimentos necessários em outras regiões, isso devido ao elevado pH, indicador de acidez e fertilidade do solo. A hipótese foi debatida entre os pecuaristas de sete estados que participaram do 3º Circuito Geneplus Embrapa com 40 participantes, na sede da Fazenda Aroeiras NSA, em Corumbá (MS).

Com informações da assessoria de comunicação, segundo os criadores o índice de pH considerado ideal para o plantio da pastagem deve estar entre 5,5 e 6,5. Em diversas regiões de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul o número não passa de 5,0, enquanto que no território corumbaense, a Fazenda Aroeiras registra pH de 7,5. “É um índice extremamente positivo que diminui o custo de produção, uma vez que ele dispensa a reforma da pastagem de forma constante, como ocorre em outras localidades. E ainda nos favorece com a pastagem nativa que chegam a durar cerca de 40 anos, sem necessidade de adubação”, esclarece o diretor da Fazenda, Guilherme Falzoni.

De acordo com o proprietário da Fazenda Cachoeirão, Nedson Pereira, criador em Bandeirantes (MS), seu custo de produção que atualmente se aproxima dos R$ 23 por cabeça ao mês, não passaria dos R$ 20 caso produzisse na região do Pantanal. “O clima da região é menos favorável para procriação de carrapatos e doenças, o que eliminaria os custos com remédios. Falando-se em nutrição animal, o solo fértil diminui a necessidade de insumos para o desenvolvimento do capim e na minha região, mesmo utilizando integração com lavoura de soja, acabo tendo de complementar a alimentação dos animais três vezes mais de sal mineral em relação ao necessário no Pantanal”, destaca Pereira.

Durante o evento os criadores deixaram claro que as despesas com a produção variam muito de acordo com a necessidade e objetivo de cada um. E deve-se levar em consideração também o tamanho da área, custos administrativos e com mão de obra, o fluxo de atividades entre outras situações.

Abrigando 4,5 mil cabeças no espaço de sete mil hectares a Fazenda Aroeiras tem metade do rebanho da raça nelore Puro de Origem, o que mostra a viabilidade do investimento em genética independente da região. “Os problemas que temos na região são pontuais, como pragas na pastagem e riscos com predadores, porém driblamos com muito trabalho e contamos com orientações técnicas para o desenvolvimento de carne de qualidade”, afirma Falzoni, fazendo referência do Programa de Melhoramento Genético Geneplus.

Divulgação

Criadores analisam custo menor da pecuária no Pantanal em relação a outras regiões

Criadores analisam custo menor da pecuária no Pantanal em relação a outras regiões


O pesquisador do Programa Leonardo Nieto enfatizou durante o evento a produtividade da região, o desempenho profissional e a necessidade de avaliação técnica. “O Pantanal conta com profissionais culturalmente capacitados para o avanço da pecuária e um solo que permite expressar o potencial genético dos animais. Apesar de positivo o momento da pecuária pantaneira, ainda vamos avançar muito na avaliação dos animais e mantermos a região como referência na produção de proteína vermelha”, finaliza o técnico do Geneplus – Embrapa Gado de Corte.

Seis propriedades rurais foram visitadas durante o 3º Circuito Geneplus Embrapa em Mato Grosso do Sul. No total foram cerca de 85 participantes, entre criadores e técnicos do setor, que decidirão o calendário e a programação da próxima edição do evento que deverá percorrer fazendas de Goiás ou Mato Grosso.

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